sábado, 19 de fevereiro de 2011

A Importância da Percepção Auditiva na Aprendizadem

Muitas vezes você deve ter vivido situações com seu filho nas quais se perguntou se ele ouvia bem. Pode também ter ocorrido você desconfiar que ele sofresse do fenômeno da "audição seletiva", aquela que funciona bem quando falam algo que seja de seu interesse e que funciona muito mal quando solicitam algo que ele não deseja fazer.

Suas dúvidas a respeito da audição de seu filho devem, contudo, sempre ser verificadas. Uma criança que parece "aérea", não compreende, necessita que repitam várias vezes o que lhe é dito, ou não grava o que é falado, pode ter problemas de audição ou de percepção auditiva para os sons da fala.

Esses dados são importantes quando se compreende o papel da audição na aprendizagem do ser humano e o quanto a família, através de suas observações, pode minimizar possíveis danos.

Desde a mais tenra idade, o bebê mostra reações aos sons, tais como choro e movimentos corporais. A atenção a esses aspectos tem sido enfatizada, inclusive como forma de detecção precoce de alterações auditivas, em algumas maternidades, através de testagem auditiva específica, realizada com recém-nascidos (Triagem Auditiva Neonatal).

No ambiente doméstico também é importante observar as reações do bebê. Quando ouve bem, desde muito pequeno ele fica assustado, chora ou acorda com sons fortes e súbitos e costuma acalmar-se com vozes familiares, como a da mãe.

Na medida em que vai crescendo, o bebê começa a procurar, quer saber de onde vêm os barulhos que escuta. Por volta de seis meses de idade consegue localizar rapidamente de onde vêm os sons. É nessa idade que as crianças iniciam as brincadeiras com a própria voz e imitam os sons produzidos (fase do balbucio).

Cabe ressaltar que, nessa idade, a criança que não ouve bem pode manter-se silenciosa, já que não escuta a própria voz. A partir daí, todo o desenvolvimento da linguagem falada corre o risco de ser comprometido. Isso porque a fala ouvida funciona como referência de aprendizagem para a criança, desde bebê até idades mais avançadas. Através da escuta do padrão de fala do adulto são percebidas as diferenças na fala infantil, que serão adequadas até chegar ao padrão do idioma.

A Palavra do Especialista

Se houver qualquer dúvida a respeito do assunto, um profissional competente, da área de fonoaudiologia, deve ser consultado, para que se possa afirmar ou descartar problemas o mais precocemente possível. Esse cuidado permitirá, caso seja necessário, a atuação de um especialista ou o encaminhamento adequado, com o objetivo de minimizar danos ao desenvolvimento infantil.

Os efeitos dessas alterações podem estender-se à aprendizagem escolar, gerando, em algumas situações, problemas de aproveitamento, comportamento, atenção e concentração. Essas alterações influem também no contato interpessoal, já que, muitas vezes, a percepção incorreta de uma palavra pode alterar o entendimento do significado e o andamento do diálogo.

É ainda importante saber que, muitas vezes, alunos tidos como rebeldes ou distraídos, e que, inclusive, já tenham feito avaliação auditiva, apresentam dificuldades específicas de percepção da fala.

Esse tipo de alteração compromete a aprendizagem escolar, quanto a aspectos como leitura, escrita e apreensão dos conteúdos. Podem ainda surgir efeitos nas atitudes desses alunos frente à aprendizagem, como dispersão, irritabilidade e agitação, associadas à situação escolar.

Nesses casos, o diagnóstico é realizado através de testes específicos, feitos por fonoaudiólogos habilitados, a partir dos quais são feitas as intervenções necessárias para auxiliar a criança no processo de percepção dos sons da fala e para orientar a família sobre a questão.

Entendendo a Percepção da Fala

Para perceber a fala, é necessário ter atenção, reconhecer as frases, palavras e sons do idioma e conhecer seu significado. É preciso também comparar essas informações com os dados da memória. Isso ocorre no exato momento em que a mensagem é recebida. Não basta ouvir o som, é necessário todo um processo mental para que a fala seja entendida.

Vários fatores podem fazer com que esse entendimento não ocorra de forma adequada, entre eles alterações físicas (auditivas e neurológicas, por exemplo), alterações emocionais e ambientais.

Pediria agora a você que relembrasse o início de nossa "conversa" e gostaria de perguntar-lhe como , após essas informações, observa seu filho, aluno, amigo, sobrinho, enfim, as crianças com as quais convive e a forma como estão ouvindo e percebendo a fala. Será que você agora "ouve com outros ouvidos"?
 
Dra. Tânia Regina Bello

Percepção Auditiva

Percepção auditiva é transformação do sinal acústico em informação útil. Quando há um déficit desta percepção, o indivíduo não é capaz de fazer o uso perfeito deste sinal.

Funcionamento

A percepção auditiva envolve a recepção e a interpretação de estímulos sonoros através da audição. Nesta percepção identificam-se algumas habilidades como a detecção do som, sensação sonora, discriminação, localização, reconhecimento, compreensão, atenção e a memória, sendo assim parte do processamento auditivo que envolve a investigação do sinal acústico integrando a informação em modelos. Diferente dos nervos ópticos, a audição não suporta estímulos desagradáveis, ou seja, caso o ouvido for exposto a intervalos dissonantes tem-se a impressão de que esta errado, que não é belo ou em casos extremos uma peça dissonante pode causar irritabilidade ao ouvinte.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

FATORES QUE INFLUENCIAM NA PERCEPÇÃO




Os olhos são os órgãos responsáveis pela visão,  um dos sentidos que fazem parte da percepção do mundo.
O processo de percepção tem início com a atenção que não é mais do que um processo de observação seletiva, ou seja, das observações por nós efetuadas. Este processo faz com que nós percebamos alguns elementos em desfavor de outros. Deste modo, são vários os fatores que influenciam a atenção e que se encontram agrupados em duas categorias: a dos fatores externos (próprios do meio ambiente) e a dos fatores internos (próprios do nosso organismo).

Fatores Externos


Os fatores externos mais importantes da atenção são a intensidade (pois a nossa atenção é particularmente despertada por estímulos que se apresentam com grande intensidade e, é por isso, que as sirenes das ambulâncias possuem um som insistente e alto); o contraste (a atenção será muito mais despertada quanto mais contraste existir entre os estímulos, tal como acontece com os sinais de trânsito pintados em cores vivas e contrastantes); o movimento que constitui um elemento principal no despertar da atenção (por exemplo, as crianças e os gatos reagem mais facilmente a brinquedos que se movem do que estando parados); e a incongruência, ou seja, prestamos muito mais atenção às coisas absurdas e bizarras do que ao que é normal (por exemplo, na praia num dia verão prestamos mais atenção a uma pessoa que apanhe sol usando um cachecol do que a uma pessoa usando um traje de banho normal).


Fatores Internos


Os fatores internos que mais influenciam a atenção são a motivação (prestamos muito mais atenção a tudo que nos motiva e nos dá prazer do que às coisas que não nos interessam); a experiência anterior ou, por outras palavras, a força do hábito faz com que prestemos mais atenção ao que já conhecemos e entendemos; e o fenómeno social que explica que a nossa natureza social faz com que pessoas de contextos sociais diferentes não prestem igual atenção aos mesmos objetos (por exemplo, os livros e os filmes a que se dá mais importância em Portugal não despertam a mesma atenção no Japão).

Princípios da Percepção



Na percepção das formas, as teorias da percepção reconhecem quatro princípios básicos que a influenciam:
  • a tendência à estruturação ou princípio do fechamento - tendemos a organizar elementos que se encontram próximos uns dos outros ou que sejam semelhantes;
  • segregação figura-fundo - explica que percebemos mais facilmente as figuras bem definidas e salientes que se inscrevem em fundos indefinidos e mal contornados (por exemplo, um cálice branco pintado num fundo preto);
  • pregnância das formas ou boa forma - qualidade que determina a facilidade com que percebemos figuras bem formadas. Percebemos mais facilmente as formas simples, regulares, simétricas e equilibradas;
  • constância perceptiva - se traduz na estabilidade da percepção (os seres humanos possuem uma resistência acentuada à mudança).


Outros Fatores


Em relação à percepção da profundidade, sabe-se que esta advém da interacção de factores orgânicos (características do nosso corpo) com factores ambientais (características do meio ambiente). São exemplos dos factores orgânicos: a acomodação do cristalino que é uma espécie de lente natural de que dispomos para focar convenientemente os objectos; e a convergência das linhas de visão (a posição das linhas altera-se sempre que olhamos para objectos situados a diferentes distâncias).
Para exemplificar os factores ambientais temos o princípio do contraste luz-sombra (as partes salientes dos objectos são mais claras que as restantes, em função da iluminação recebida) e a grandeza relativa (a profundidade pode ser representada variando o tamanho e a distância dos objectos pintados. Os objectos mais distantes parecem-nos mais pequenos do que aqueles que estão mais próximos).



PERCEPÇÃO

          Em psicologia, neurociência e ciências cognitivas, percepção é a função cerebral que atribui significado a estímulos sensoriais, a partir de histórico de vivências passadas. Através da percepção um indivíduo organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para atribuir significado ao seu meio. 
       Consiste na aquisição, interpretação, seleção e organização das informações obtidas pelos sentidos. A percepção pode ser estudada do ponto de vista estritamente biológico ou fisiológico, envolvendo estímulos elétricos evocados pelos estímulos nos órgãos dos sentidos. Do ponto de vista psicológico ou cognitivo, a percepção envolve também os processos mentais, a memória e outros aspectos que podem influenciar na interpretação dos dados percebidos.

CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA


É muito comum vermos crianças brincando de rimar o nome dos colegas. O que muita gente não sabe é que esse tipo de brincadeira demonstra a capacidade da criança de manipular os sons ou simplesmente mostra sua consciência fonológica.

A estimulação da consciência fonológica pode ser feita com brincadeiras que envolvam as seguintes habilidades:
  • Rimas e aliterações
  • Consciência de Palavras
  • Consciência de Sílabas
  • Consciência de Fonemas

Vários estudos apontam a importância dessas brincadeiras como pré-requisito para a aquisição da leitura e da escrita.