quarta-feira, 28 de abril de 2010

Os Distúrbios que podem afetar a FALA

1. MUDEZ – Incapacidade de articular palavras, geralmente decorrente de transtornos do sistema nervoso central, atingindo a formulação e a coordemação das idéias e impedindo a sua transmissão em forma de comunicação verbal. Na maior parte das vezes, decorre de problemas da audição, certos tipos de distúrbio cerebral ou, ainda, outros fatores físicos como lábio leporino, dentição mal implantada, más formações da boca e do nariz, além de fatores emocionais e psicológicos, autismo, dentre outros.

2. ATRASO NA LINGUAGEM – A partir dos 14 meses, as crianças tornam-se capazes de pronunciar palavras com significado e espera-se que por volta dos 3 anos ela já apresente uma linguagem estruturada. Essa cronologia é relativa e, muitas vezes, a criança tem sua fala “atrasada” por vários motivos, dentre eles problemas de audição, e fatores emocionais ( traumas, carências afetivas, super-proteção, desejos atendidos com prontidão, falta de estimulação – crianças em asilos, por ex. …). Em princípio, esse atraso é superado após os 4 anos. Em outros casos, o problema se transforma em distúrbio específico de articulação durante alguns anos e é resolvido via tratamento especializado. Na escola, essas crianças revelam deficiência de vocabulário, deficiência na capacidade de formular idéias e desenvolvimento retardado da estruturação de sentenças.

3. PROBLEMAS DE ARTICULAÇÃO – Durante a fase pré-escolar, é normal a dificuldade de articular certos sons, pois só por volta dos 7 ou 8 anos é que os órgãos da fala têm maturidade suficiente para produzir todos os sons lingüísticos. Os problemas de articulação se subdividem em:

3.1. Dislalia – É a omissão, substituição, distorção ou acréscimo de sons na palavra falada (exemplo de substituição – substitui o r como faz o Cabolinha…);

3.2. Disartria – É um problema articulatório que se manifesta na forma de dificuldade para realizar alguns ou muitos dos movimentos necessários à emissão verbal. A fala fica lenta e arrastada, apresentando quebras de sonoridade, envolvendo ritmo e entonação, principalmente em momentos de tensão ou fadiga, nos casos mais brandos;

3.3. Linguagem Tatibitati – É um distúrbio de articulação e também de fonação em que se conserva voluntariamente a linguagem infantil, sendo, geralmente, de causa emocional, podendo resultar em problemas psicológicos para a criança, por ser incentivado pelos adultos que acham a “fala engraçadinha”.

3.4. Rinolalia – Caracteriza-se pela ressonância nasal maior ou menor do que a do padrão correto da fala. Pode ser causada por problemas nas vias nasais, por adenóide, lábio leporino ou fissura palatina, acarretando problemas emocionais pois a criança é ridicularizada pelos colegas que a imitam, gerando problemas de adaptação.

4. PROBLEMAS DE FONAÇÃO – Os problemas de fonação – ou disfonias – dizem respeito às pequenas mudanças em suas características (cadência, inflexão, intensidade, timbre ou tom), as quais funcionam, normalmente, como recursos para expressão de desejos, sentimentos e necessidades. Em certas circunstâncias, porém, esse domínio pode ser abalado, afetando todo o mecanismo de produção de sons e impedindo, portanto, que a expressão verbal se manifeste de forma adequada. Eles podem ser considerados funcionais – quando impedem o controle dos sons mas envolvem somente os órgãos periféricos; podem ser chamados de orgânicos, por outro lado, quando envolvem o comprometimento do sistema nervoso central. São exemplos de disfonias, a voz em falsete, a afonia ( que começa com uma rouquidão), a pronúncia defeituosa de alguns sons, como m em vez de b, n em vez de d, além da chamada voz monótona, de fundo orgânico, causada por doença no sistema nervoso central , caracterizada pela incapacidade de inflexão de voz.

4.1. Distúrbios de ritmo – Os distúrbios de ritmo – ou disfluência – referem-se à fala produzida com repetições de sílabas, palavras ou conjuntos de palavras, prolongamentos de sons, hesitações, bloqueios, dificuldades para prosseguir a emissão dos sons, mantendo-se a contração muscular inicial. Mas os desvios de assunto em uma conversa e a desorganização de relatos também podem ser agregados à categoria das disfluências. O exemplo mais comum de disfluência é a gagueira.

4.2. Afasia – Perda ou avaria da capacidade de se comunicar mediante a fala, a escrita ou a mímica, em princípio devida a lesão cerebral. Com diferentes manifestações, a pessoa ouve e vê mas não compreende a linguagem falada ou escrita (afasia sensorial ou receptiva); é incapaz de falar ou escrever adequadamente, mas o aparelho fonador não está paralisado ( afasia motora ou expressiva); não consegue “encontrar” as palavras nem formular conceitos ( afasia conceitual); apresenta todas as formas de linguagem afetadas ( afasia global ou mista); tem dificuldade para começar a fala e para produzir as seqüências articulatórias e gramaticais ( afasia não-fluente) e articula e produz seqüências grandes de palavras em construções gramaticais variadas, mas tem dificuldade para encontrar vocábulos ( afasia fluente).